Águeda, Aveiro, 13 de Outubro de 2024

500 voluntários aceitam assistir a concerto sem distanciamento em Barcelona

15 de Dezembro 2020

Realizou-se no passado sábado, em Barcelona, uma experiência científica para determinar o grau de risco de transmissão de covid-19 num concerto sem distanciamento social e a eficácia dos testes rápidos para permitir a realização dos mesmos.

Mais de mil pessoas candidataram-se a participar no estudo, submetendo-se a um teste de antigénio (teste rápido). Dos que testaram negativo, 500 foram escolhidos para assistir a um concerto na Sala Apolo, na cidade catalã.

Os outros 500 foram mandados para casa, formando um grupo de controlo.

Os organizadores do estudo vão agora tentar perceber se, no concerto, houve contágio entre os participantes, apesar de os mesmos terem tido um resultado negativo.

Os voluntários que assistiram ao espetáculo de cinco horas, que contou com a atuação de vários grupos rock e DJ, tiveram de usar máscaras FFP2 e desinfetante para as mãos, mas não mantiveram distanciamento dos outros espectadores.

A máscara poderia ser retirada no piso superior da sala, para beber uma só bebida oferecida pela organização.

Todos os 1000 participantes fizeram um teste PCR, de maior fiabilidade, antes do concerto e farão um segundo desses testes uma semana depois. Os resultados ajudarão os investigadores a perceber se, mesmo tento tido um teste rápido negativo, algum dos espectadores estava infetado e se contagiou alguém no concerto.

Em Espanha, a pandemia de covid-19 já matou mais de 47 mil pessoas.

Naquele país, o setor dos espetáculos tem sido um dos mais afetados, com mais de 25 mil concertos cancelados e perdas na ordem dos 120 milhões de euros.

À Associated Press, o epidemologista Joan Caylà afirma ser “muito importante” que aqueles que assistiram ao concerto “se comportem de forma responsável. O risco de haver um surto existe”.

À mesma agência noticiosa, Boris Revollo, o cientista por detrás do estudo, salientou que o evento “não é uma festa, mas sim um estudo científico” e que o eventual recurso a testes rápidos à entrada dos eventos não invalida que os espectadores tenham de continuar a usar máscaras e a seguir outras regras de segurança.

Porém, o virologista acredita que os resultados do estudo podem ser importantes para a realização, no futuro, não só de concertos como de congressos a eventos desportivos. “Os jovens andam a fazer as suas festas clandestinas porque não têm outra opção”, argumentou.

O estudo é organizado por uma fundação local de luta contra a sida e outras doenças infeciosas, em parceria com o festival Primavera Sound.

Blitz


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