A polémica está instalada: Central de Betão travada no Casarão.Empresa acusa Câmara de “cobardia politica” e avança para os tribunais.Partido Socialista acusa Presidente de mentir em AM e pede a sua demissão.
A Assembleia Municipal de Águeda (AMA) aprovou, na noite de segunda-feira e por maioria, com 13 abstenções (Movimento Juntos), uma proposta do PSD que visava a alteração ao Regulamento Municipal do Parque Empresarial do Casarão (PEC) e que trava a central de betão e betuminoso que a empresa Socibeiral ali pretende instalar.
O verniz acabou por estalar com a troca de acusações entre Jorge Almeida,Presidente da Câmara Municipal de Águeda e Élio Cardoso, director-geral da Socibeiral – Betão Pronto, do Grupo Embeiral que utilizou o período destinado ao público na segunda parte da Assembleia Municipal para reafirmar que a empresa teve autorização para avançar com as obras e diz que o recuo se fica a dever a pressão política por parte da oposição lamentando a “cobardia politica” da Câmara no processo relegando agora o caso para os tribunais.
O executivo municipal tem estado no centro da polémica, acusado pela oposição de permitir este processo e de que a empresa se vá instalando no PEC. O autarca referiu que a única autorização que foi dada era para a limpeza de lotes destinados ao investimento, fazendo depender a autorização do Estudo de Impacte Ambiental e frisou que vai agora dar indicação para que a empresa retire tudo o que instalou no terreno.
Socialistas pedem a demissão de Jorge Almeida
O Partido Socialista de Águeda pela voz do seu Presidente José Marques Vidal,fala em “erro político e estratégico” da Câmara ao “permitir a instalação de uma empresa de betão, com carga poluidora, tecnologicamente obtusa, desenquadrada dos objetivos do parque, sem impacto ao nível do emprego (somente 8 empregos!!) e sem mais valias evidentes para o concelho, o que só por si coloca dúvidas sobre as razões que levaram a essa aprovação”.
Os Socialistas dizem não entender como foi possível que autarcas e serviços deixassem decorrer a instalação da empresa durante cerca de mês e meio, com remoção de milhares de metros cúbicos de terra e construção de estruturas de betão.Critica ainda a iniciativa do edil pagar 10 mil euros por um estudo sobre empresas de betão e betuminosos.
O PS diz que o autarca “mentiu” à Assembleia Municipal quando afirmou que nem os autarcas, nem os fiscais, nem os membros do gabinete do parque tinham conhecimento sobre a instalação “abusiva” da empresa, o que o partido entende como comportamento “inadmissível e inaceitável”.
“Sr. Presidente da Câmara Municipal de Águeda, quem mente numa Assembleia não tem dignidade para ocupação do cargo, obviamente demita-se” termina o PS em nota de imprensa.
Este é um caso que vai fazer correr ainda muita tinta.