O concelho de Alvaiázere tem “terrenos bons para a cultura do eucalipto”, mas é necessário implementar “boas práticas florestais e formas de gestão e valorização do eucaliptal”, com vista a “melhorar as características dos solos e aumentar a produção de eucalipto”. Esta foi a ideia defendida por Clara Araújo, engenheira da Altri Florestal, que na manhã desta quarta-feira (7) participou numa sessão de informação sobre o projecto ‘Melhor Eucalipto’, onde foram apresentadas aos produtores, organizações representativas do sector, gabinetes técnicos florestais e prestadores de serviços, as boas práticas para tornar as suas plantações mais produtivas.
“O projecto ‘Melhor eucalipto’ é essencialmente um projecto de comunicação que pretende divulgar as boas práticas na cultura do eucalipto, que são praticadas pela indústria papeleira”, explicou Francisco Goes, engenheiro da CELPA (Associação da Indústria Papeleira), salientando que “o nosso objectivo é contribuir para a melhoria da gestão das plantações de eucalipto, tornando-as mais rentáveis e sustentáveis, de forma a acrescentar valor à fileira florestal”.
“Portugal é já o terceiro maior produtor europeu de pastas químicas e o maior produtor europeu de papel de escritório”, afirmou o engenheiro da CELPA, constatando que “produzindo mais madeira por unidade de área, de forma mais barata e eficiente ganhamos todos”. Foi com base nesta certeza que a CELPA desenvolveu o projecto ‘Melhor Eucalipto’, que visa “transmitir as boas práticas subdivididas em seis temas: rearborização, manutenção, nutrição, controlo de pragas e doenças, licenciamento e certificação florestal”.
“A certificação florestal é uma garantia dada ao consumidor final de que a matéria-prima que está na origem desse produto provém de fontes sustentáveis”, realçou Henrique Vieira, engenheiro da CELPA, frisando que se trata de “uma decisão voluntária do proprietário que mantém em pleno os direitos de propriedade dos terrenos, mas permite a perpetuação, através de um conjunto de boas práticas, de um meio ambiente protegido e sustentável, tanto do ponto de vista da produtividade da floresta, como do ponto de vista da conservação do ambiente e do solo”.
Para convencer os produtores mais cépticos em relação às novas práticas, a CELPA dispõe de “áreas de demonstração, divididas a meio, onde em metade do terreno utiliza as técnicas habitualmente desenvolvidas na região e na outra metade aplica o método aconselhado pela CELPA”, disse Francisco Goes. “Vamos instalar uma área de demonstração em Ferreira do Zêzere no próximo dia 15 de Março [data a confirmar devido às condições atmosféricas] para comparar os resultados das duas operações”, revelou, convidando todos os produtores a assistirem à sua instalação.
Além disso, a CELPA dispõe ainda de dois simuladores que ajudam os produtores e proprietários florestais a avaliarem o potencial produtivo e o investimento da plantação de eucaliptos. Os simuladores de avaliação da produtividade e de análise financeira estão disponíveis no portal do projecto (www.celpa.pt/melhoreucalipto).
Para mais informações ou para iniciar um processo de certificação, os interessados podem contactar uma organização de produtores florestais da região ou a CELPA através de melhoreucalipto@celpa.pt ou 217 611 510.
CARINA GONÇALVES