A colheita de cereais para grão na campanha de Outono/Inverno deste ano atingiu um patamar sem precedentes de baixa produtividade, marcando um novo recorde negativo em todas as espécies cerealíferas, devido à persistente seca que afecta o território nacional. Essa preocupante constatação foi divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nas suas previsões agrícolas.
De acordo com o relatório emitido pelo INE, a colheita dos cereais para grão de Outono/Inverno foi finalizada, apresentando uma diminuição significativa na produtividade de todas as espécies cultivadas. Os resultados evidenciam a influência directa dos decréscimos tanto na área cultivada quanto na produtividade das culturas.
O actual ciclo agrícola, mais uma vez, se viu fortemente afectado pela seca, com uma abrangência de 96,9% do território continental sendo atingida por esse fenómeno climático. Dessas áreas, aproximadamente 34,4% estão vivenciando condições de seca severa ou extrema, especialmente nas regiões a sul do rio Tejo.
O cenário de “escassa produção de matéria verde para o pastoreio” levou a uma situação em que foi necessário antecipar a suplementação alimentar do gado em regime extensivo. Agricultores e pecuaristas têm sido obrigados a recorrer a alimentos conservados para garantir a subsistência dos seus rebanhos.
As dificuldades enfrentadas na campanha de cereais deste ano levantam preocupações significativas para o sector agrícola, uma vez que a produção de cereais é fundamental para a segurança alimentar e a economia do país. A escassez de colheitas de qualidade representa um desafio adicional para os produtores e para a indústria alimentar como um todo.
O Instituto Nacional de Estatística alerta para a importância de políticas e medidas de mitigação que visem enfrentar os impactos negativos da seca, incluindo estratégias de gestão de água, investimentos em infra-estrutura agrícola e apoio aos agricultores afectados.
Neste contexto, a comunidade agrícola e as autoridades estão a unir esforços para encontrar soluções que minimizem os impactos da seca e garantam a resiliência do sector agrícola nacional frente aos desafios climáticos cada vez mais evidentes.
Fonte: Campeão das Províncias