O COMUNID’ARTE Programa de Arte e Cultura da Paróquia da Vera Cruz, Aveiro, levará a cabo no próximo sábado, dia 30 de Setembro, mais um evento aberto à comunidade aveirense.
O CINEMA AO LUAR contará com a apresentação de 4 filmes. Duas pequenas curtas, e dois filmes.
Evento a ter lugar entre as 20h45 e as 23h, no largo da Capela da Nossa Senhora das Febres, no Bairro da Beira Mar.
O projeto, pretende oferecer agora à comunidade, uma sessão de cinema ao ar livre, com entrada gratuita, “aproveitando o envolvimento ajardinado do Largo da Capela, numa das últimas noites quentes de fim de verão em que teremos um luar fantástico a iluminar o espaço e a própria capela como tela de cinema e pano de fundo. Nesta noite Aveiro será a protagonista e mostrará a sua identidade mais profunda, tal como a história do espaço que acolhe nas suas tradições da Beira-Mar”.
As curtas metragens serão da autoria da Professora de Dança Suzanna Rosas. Ambos os filmes mostram projectos de Dança Inclusiva em colaboração com o CASCI, reunindo pessoas de diferentes faixas etárias, com e sem deficiência, buscando provar ao público a possibilidade e a beleza de se fazer arte em conjunto. A inclusão e igualdade são para esta autora palavras de ordem. “AMAGO” – fala-nos dos espaços vazios de que somos feitos, e a da corrosão pelo tempo fortalecidos com a sua passagem. A permanente busca pelo ideal estético, pelo plástico e cosmético, distancia-nos do mundo real, da porosidade que nos compõe e da nossa História.A segunda curta-metragem “SEDE” – faz uma abordagem do que existe para além do que se vê, reflectindo sobre a inquietação com a superfície, desconstruindo ideias, abrindo e fechando espaços de sonho e de realidade. Suzanna fala da tentativa de ver para além do óbvio, da pureza, coragem e disponibilidade imprescindíveis a esta viagem. SEDE é a necessidade de ir além, é o desejo profundo de não ficar à tona.
Seguir-se-á a apresentação do Filme Documentário “AURINEGRO” realizado por Gonçalo L. Almeida, retratando a história do Sport Clube Beira-Mar, bem como das pessoas e figuras emblemáticas que o fizeram ao longo dos anos. Em 1922, no bairro piscatório da Beira-Mar, um grupo de jovens ex-emigrantes decide fundar um clube desportivo. Ao longo de 100 anos de história, esse clube de bairro ascende às mais altas glória do futebol português e consagra-se como um dos mais ecléticos, até que o infortúnio o faz cair para o mais baixo patamar dos campeonatos regionais, obrigando-o a recomeçar do zero. AURINEGRO faz, através desta viagem pelos anos áureos e dos anos negros até à actualidade, um retrato da cidade que se veste de amarelo e preto. Gonçalo L. Almeida é um jovem cineasta com raiz, berço, memória e afecto na praia da Barra, que não se lembra do primeiro filme que viu nem foi aquele adolescente que anda de câmara fotográfica ao ombro. Contudo acabaria por se apaixonar pela sétima arte. Com outras paixões durante a juventude, o cinema foi conquistando um lugar cada vez mais preponderante na sua vida. Perseguiu o seu sonho na ESAP – Escola Superior Artística do Porto, onde cursou cinema e audiovisual. Gonçalo conta já com diversos trabalhos e parcerias. Se pudesse ser um realizador que já existiu, provavelmente escolheria David Cronenberg. O seu grande objectivo é fazer filmes com grande valor artístico e nível de conteúdo que muitos dos filmes do cinema português têm, mas acima de tudo que tenham interesse do público. Pretende fazer filmes sobre os temas que influenciam a vida no presente, as novas realidades às quais as pessoas ainda não se habituaram e com as quais ainda estão a aprender a lidar.
A noite de cinema terminará com o filme internacional “SAL VERDE E BRANCO” realizado por Tomoko Freeman, uma artista multidisciplinar japonesa a viver actualmente no Reino Unido, a qual ao longo de mais de 20 anos tem realizado trabalhos em 15 países, fazendo uso da arte performativa através dos media, focada nas vidas e experiências de comunidades marginalizadas e isoladas, denunciando elementos conflitantes do mundo em que hoje vivemos. SAL VERDE E BRANCO foi gravado na zona lagunar da Ria de Aveiro, por entre montes de sal e esteiros de salicórnia e junco, retratando a sustento das gentes da Beira-Mar que governavam a sua permanentemente com os pés na água salgada.
Fechando com este evento as visitas a todos os “palcos sagrados” da Paróquia da Vera-Cruz , desta feita visitando e dando a conhecer uma pitoresca e antiga capela da cidade e Bairro da Beira-Mar, anteriormente designada por capela de São Roque e próxima do Canal com o mesmo nome. A Capela terá sido edificada no século XVI, construção de pedra e cal, com cobertura em telha, pintada ao gosto popular. A sua fachada principal junto à entrada do templo, apresenta dois contrafortes, um de cada lado da porta, que servem de bancos. Foi restaurada em 1853, 1936 e posteriormente em 1950, altura em que foi revestida com azulejos no seu interior e posteriormente no seu exterior.
A entrada é livre.
Foto: Diário de Aveiro