O Executivo Municipal liderado por Ribau Esteves deliberou ontem em reunião de Câmara adjudicar a empreitada de requalificação do Largo do Rossio, da Praça General Humberto Delgado “Pontes” e concessão do serviço público do parque de estacionamento subterrâneo ao agrupamento de empresas composto pela Tecnorém, Engenharia e Construções S.A. e pela Cimave – Construtora e Imobiliária de Aveiro, Lda., sendo a empresa Empark a sub-concessionário da exploração dos parques de estacionamento do Rossio e do Mecado Manuel Firmino, num investimento de 12.413.658,94€ e com um prazo de execução de 16 meses. A remuneração da concessão dos parques de estacionamento que o agrupamento de empresas vai pagar à Câmara Municipal de Aveiro (CMA) cifrar-se em 2.500.001€.
O projeto de requalificação urbana prevê uma área verde com 6.469 m2 (mais 64 m2 do que o atual) e novo parque arbóreo com 107 árvores (mais 6 do que o atual);redução para menos de metade da área de circulação e estacionamento Automóvel à superfície (este apenas para cargas e descargas), dos 8.661 m2 atuais para 3.993 m2;reformulação da circulação automóvel, permitindo apenas um sentido de trânsito na Rua João Mendonça (sentido Rossio “Pontes”), sendo a entrada automóvel para o Rossio e a entrada e saída de automóveis da cave do estacionamento, feitas do lado da Ponte de São João (contribuindo assim para a diminuição da pressão automóvel na zona do Rossio);passeios junto à fachada urbana com 3.071 m2 (mais 1.659 m2, o dobro, do que o atual); uma ciclovia dedicada a ligar as “Pontes” à Ponte de São João;uma Praça de Eventos com 3.415 m2 e área livre sem obstáculos;Parque de Estacionamento em cave para 219 automóveis (dos quais 4 de
deficientes e 19 elétricos), 14 motas e 36 bicicletas, com ventilação natural e iluminação led, com tarifário igual ao da zona mais central da cidade e condições especiais para Moradores;Centro Interpretativo da História do Achado e do Rossio (CIHAR), com base no achado arqueológico da Igreja de São João, na estátua de João Afonso de Aveiro e numa exposição sobre a história das várias fases da vida do Rossio, colocada na cave;Estação Elevatória de águas residuais na cave, substituindo a que se encontra à frente da Praça Melo Freitas;Bateria sanitária – Casas de Banho na cave com uma área de 96 m2 (com 19 sanitas e 8 urinóis);aumento da capacidade de depósito de RSU em 157% (2,6 vezes), duplicando a capacidade para lixo indiferenciado e triplicando-a para o lixo de recolha seletiva, com equipamento moderno, enterrado e esteticamente cuidado;Instalação de um novo parque infantil, integrado em zona relvada;Construção de um bar/esplanada na zona norte do Rossio;Nova rede de iluminação pública (com novas colunas e leds) e nova rede de águas pluviais;Qualificação da Praça General Humberto Delgado “Pontes” com aumento da
área pedonal, construção de duas zonas de estar e redução da área de circulação automóvel.
A autarquia mantém a defesa do projeto contestado por parte da sociedade civil com o Movimento Juntos pelo Rossio a entregar ainda ontem em tribunal uma nova providência cautelar contra a adjudicação da empreitada.O maior partido a oposição o PS continua a mostrar-se critico do projeto e fala em gestão autocrática do processo, sem sufrágio nos programas eleitorais, e com uso de uma “estratégia de terra queimada” apostando na degradação do Rossio nos últimos anos e defende a manutenção do Rossio como jardim público, parte de uma estratégia de descarbonização.