O Museu do Caramulo reabriu ao público as salas de exposição de arte, que se apresentam “de cara lavada” e com várias novidades, após as obras de remodelação e expansão do espaço, que duraram cerca de um ano.

De acordo com a instituição, o projecto envolveu, entre outras melhorias, “um redesenho da arquitectura do espaço expositivo, com revestimentos novos, correcção e recuperação dos pavimentos, renovação da iluminação e das vitrines, assim como revisão de todos os materiais de comunicação, textos e tabelas”.

A organização das salas por núcleos temáticos permite aos visitantes conhecerem a colecção por áreas de interesse, proporcionando “uma visita mais rica e estruturada das colecções”.

Espaço de exposição foi alargado

O espaço de exposição também foi alargado, passando de oito para nove salas, com o reaproveitamento do grande hall de entrada, que agora a integra a exposição permanente.

“Este alargamento permitiu, não só mostrar a crescente colecção de arte contemporânea do Museu do Caramulo, que conta com doações de artistas como Pedro Cabrita Reis, João Louro, Miguel Palma, Ana Hatherly, Pedro Calapez, Fernanda Fragateiro ou Rui Chafes, entre outros, como também expor peças de arte doadas nos últimos anos, que não se encontravam em exposição, como é o caso de três obras de Pablo Picasso”, adianta o museu.

As obras de reabilitação estenderam-se às salas de exposições temporárias no rés-do-chão, ao claustro do século XVIII e às paredes exteriores, com a recuperação da fachada principal. O projecto incluiu ainda a instalação de um elevador que percorre agora todos os pisos, resolvendo uma limitação antiga na questão das acessibilidades.

O Museu do Caramulo lançou também um programa de restauros, com medidas de correcção, prevenção e conservação de várias peças de arte, realizadas por especialistas em cada uma das áreas.

Requalificação era uma vontade antiga

A entidade justifica a intervenção feita no último ano com a necessidade de recuperação e actualização dos espaços, uma “preocupação” com vários anos.  “O edifício do Museu do Caramulo foi construído em 1959, e é o segundo edifício em Portugal construído de raiz para museu. Na altura foram utilizados no projeto da autoria do Arq. Alberto Cruz, os melhores materiais e as mais avançadas técnicas de construção. Volvidos mais de 60 anos, o edifício e as salas de exposição acusavam o desgaste do tempo e uma desactualização contrários à missão do Museu do Caramulo, enquanto instituição de divulgação e conservação cultural”.

O desenho do projecto de requalificação do espaço e do percurso expositivo venceu o Prémio Vilalva atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2013, mas, segundo o museu, “não foi possível avançar com a obra no imediato, por questões financeiras”.

O percurso expositivo agora inaugurado obedeceu a esse projecto. A nova museografia foi concebida por Raquel Henriques da Silva e Madalena Reis e o projecto de arquitectura é da autoria de Teresa Nunes da Ponte. Dalila Rodrigues e Anísio Franco construbuíram para a instalação da colecção de arte.

A intervenção custou mais de 250 mil euros. Para garantir o financiamento, a entidade recorreu ao apoio mecenático de várias entidades privadas, que ficaram associadas a uma ou mais salas.

A exposição de arte já se encontra aberta ao público, podendo ser visitada diariamente, de terça-feira a domingo, entre as 10h e as 17h.

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