Águeda, Aveiro, 1 de Dezembro de 2024

Descarbonização de edifícios residenciais requer investimento de 26 mil milhões

18 de Agosto 2023

Segundo um estudo recentemente divulgado pela associação ambientalista Zero, o processo de descarbonização dos edifícios residenciais em Portugal exige um investimento que ultrapassa os 26 mil milhões de euros.

O estudo abrangeu três variáveis essenciais para a análise dos custos: a cessação do uso de combustíveis fósseis, a redução do consumo de biomassa nas habitações e o aprimoramento da eficiência energética.

Além desses três aspectos, a Zero adicionou uma quarta variável crucial para atingir a descarbonização: o incremento do uso de fontes de energia renovável.

Para eliminar o uso de combustíveis fósseis, estima-se que serão necessários entre 12,2 e 14,2 mil milhões de euros, englobando desde a implementação generalizada de bombas de calor para o aquecimento doméstico até a adopção generalizada de placas de indução na cozinha. Os cálculos também incorporam o número de equipamentos requeridos, como, por exemplo, a necessidade de 578 mil fornos eléctricos.

No contexto da “redução significativa do consumo de biomassa” (madeira para caldeiras, salamandras e lareiras), o investimento incidirá sobretudo em bombas de calor multifunções, situando-se entre os 7,5 e 7,8 mil milhões de euros.

Quanto ao incremento da eficiência energética, o custo estimado é de 6,4 mil milhões de euros, incluindo 67 milhões para a aquisição de 22 milhões de lâmpadas LED.

Somando todos os investimentos, os autores do estudo indicam que o montante total poderá variar entre os 26,2 e os 28,5 mil milhões de euros, correspondendo a 11% e 12% do Produto Interno Bruto nacional em 2022 (que totalizou 239 mil milhões de euros).

Este estudo da Zero, conduzido como parte do projecto da Fundação Europeia para o Clima (European Climate Foundation) sobre edifícios sustentáveis e pobreza energética, analisou informações provenientes do Instituto Nacional de Estatística e da Direcção Geral da Energia e Geologia, assim como dados do Inquérito ao Consumo de Energia do Sector Doméstico de 2020.

No relatório, a associação ambientalista ressalta que, embora a descarbonização seja viável, será uma tarefa ambiciosa considerando que “mais de 70% dos edifícios não têm eficiência energética adequada”.

Num comunicado sobre o estudo, a Zero enfatiza que a base primordial para a descarbonização deve ser a renovação das estruturas edificadas, a redução das necessidades energéticas e a melhoria do conforto ambiente, recomendando que as medidas e investimentos se concentrem prioritariamente na optimização do desempenho energético.

“Ambicionamos uma abordagem robusta, mas é igualmente importante que todos os sectores e a população em geral recebam o apoio necessário para garantir que a transição energética ocorra de forma ágil, justa e eficiente”, sublinha a associação.

Fonte: Campeão das Províncias


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