Águeda, Aveiro, 12 de Novembro de 2024

Design e artesanato debatidos em seminário com extraordinária adesão

15 de Março 2018

O Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património (CEARTE) e o Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro organizaram, na passada terça-feira (13), o Seminário Internacional “design + artesanato em português”, com curadoria de Cláudia Albino e colaboração de Adélia Borges, no Museu de Arte Popular, em Lisboa.

O seminário contou com mais de 200 participantes num dia de grande importância para o Artesanato e o Design, onde os mais conceituados especialistas dos países lusófonos consideraram que estas duas áreas têm um papel fulcral na união entre os povos e países da Lusofonia, contribuindo de forma inequívoca para a sua afirmação cultural.

No painel de oradores estiveram os principais artistas com trabalho reconhecido nas ligações entre Design e Artesanato em Portugal, Brasil e Cabo Verde, como Helena Cardoso, Heloisa Crocco, João Nunes, Maria Ana Botelho Neves, Álbio Nascimento, Kathy Sterzig, Susana António, Bete Paes, Adélia Borges, José Alberto Nemer, Carla Paoliello, Rui Roda, Lia Krucken e Cláudia Albino.

De notar que a maioria destes artistas contribuiu com trabalhos para a recente exposição “Tanto Mar — Fluxos Transatlânticos do Design”. Outros, como Helena Cardoso e João Nunes, foram os percursores do trabalho de articulação entre Design e Artesanato, na década de 70, fomentando a sua modernização ao torná-lo mais apelativo e, dessa forma, valorizando o artesanato nacional e os artesãos portugueses.

Já as instituições impulsionadoras de projectos de Design e Artesanato em países de língua portuguesa presentes no evento, como o Centro Nacional de Artesanato e Design de Cabo Verde e o CEARTE (Portugal), apontaram caminhos de futuro e identificaram pontos de união entre os três países (Portugal, Brasil e Cabo Verde), reforçando as ligações destes projectos de desenvolvimento de produto. Em uníssono, estas entidades defenderam que o Design e o Artesanato devem obedecer a parâmetros específicos, como autenticidade, sofisticação, trabalho em rede, mercado e actualidade.

Cada vez mais, consumidores e turistas procuram produtos genuínos com uma linguagem estética moderna. O mercado, em especial o turístico, pretende produtos associados à manufactura, de sustentabilidade ecológica, e simultaneamente sofisticados e de grande qualidade.

Em representação dos artesãos portugueses, apresentaram as suas experiências, o seu percurso, mas também as suas dificuldades, os artesãos: Alberto Azevedo – Projeto A2, Alexandra Guerreiro e Carina Trigueiro – Projeto S.Tile, Henriqueta Félix – Capuchinhas do Montemuro.

As instituições foram unânimes ao considerar que os designers e os artesãos devem estar receptivos à mudança, devendo ser eles próprios agentes promotores de inovação e de construção de um novo paradigma do artesanato na contemporaneidade, desmistificando a forma como é encarado o sector.

Luís Rocha, diretor do CEARTE, rematou a iniciativa sublinhando que “os artesãos e os designers devem, em conjunto, aproveitar a actual conjuntura favorável ao desenvolvimento turístico do país para oferecer produtos artesanais genuínos e sofisticados aos visitantes, tornando-os não apenas consumidores mas embaixadores do artesanato português além-fronteiras”.

Desde há 30 anos, que o CEARTE contribui para o desenvolvimento do artesanato em Portugal, através dos seus quaro principais eixos de ação: a formação e a capacitação dos artesãos e outros agentes das indústrias culturais e criativas e do património; o reconhecimento dos artesãos; a certificação dos produtos artesanais; e a aposta na formação tecnológica e no apoio técnico e de inovação aos muitos criadores de todas as idades que hoje encontram no artesanato, nos produtos locais e nos recursos endógenos, uma oportunidade profissional de primeira escolha ou de reconversão.


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