As rendas e as portagens, duas situações em que a actualização dos preços é ditada pela inflação, vão manter-se inalteradas em 2021, enquanto a electricidade ficará mais barata, pelo menos para quem continua no mercado regulado.
Este ano vai trazer, no entanto, aumentos no preço de venda do tabaco e nas viagens do Alfa Pendular, mas não nos restantes serviços da CP, cujos preços se mantêm face a 2020.
Os transportes públicos estão no lote de produtos e serviços que não vão ter aumentos este ano.
As actualizações de preços para 2021 já conhecidas são, então:
– Electricidade
O preço da electricidade para os consumidores do mercado regulado vai descer 0,6 por cento de acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).
Esta descida vai beneficiar os consumidores que ainda permanecem no mercado regulado (menos de um milhão), ou que, estando no mercado livre, tenham optado por tarifa equiparada.
Já em 2020, a ERSE tinha decidido uma descida destas tarifas de electricidade em 0,4 por cento.
– Rendas
O coeficiente de actualização para o arrendamento urbano e rural apurado pelo INE para vigorar entre 01 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2021 é de 0,9997 o que, na prática, dita uma manutenção dos preços das rendas.
Este coeficiente de actualização é aplicável às rendas em regime livre, para habitação com renda condicionada e para arrendamento não habitacional, caso as partes, inquilino e senhorio, não tenham acordado condições diferentes.
O congelamento das rendas em 2021 já era esperado uma vez que a inflação média dos últimos 12 meses, sem habitação, indicador que serve de referência, foi negativo (-0,01 por cento).
– Pão
A subida de 635 para 665 euros do salário mínimo nacional poderá ditar um aumento do preço de venda do pão, perspectiva a indústria de panificação, ressalvando que o peso e o preço deste produto são livres.
“Olhando para a situação económica e financeira do país, na medida em que se fala no aumento do salário mínimo nacional para 2021 e no aumento gradual do preço das matérias-primas, podemos perspectivar que isso será reflectido no preço do pão”, adiantou a Associação do Comércio e da Idnústria de Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP), em resposta à Lusa.
– Portagens
Os preços das portagens nas autoestradas deverão voltar a manter-se em 2021, tendo em conta que a taxa de inflação homóloga, sem habitação, em Outubro foi negativa (-0,17 por cento).
A fórmula que estabelece a forma como é calculado o aumento do preço das portagens estabelece que a variação a praticar em cada ano tem como referência a taxa de inflação homóloga sem habitação no continente verificada no último mês para o qual haja dados disponíveis antes de 15 de Novembro, data limite para os concessionários comunicarem ao Governo as suas propostas de preços para o ano seguinte.
A estabilização dos preços das portagens em 2020 e 2021 segue-se a quatro anos consecutivos de subidas: em 2019 as portagens nas autoestradas aumentaram 0,98 por cento, depois de aumentos de 1,42 por cento em 2018, de 0,84 por cento em 2017 e de 0,62 por cento em 2016.
– Transportes
Os preços do transporte público colectivo de passageiros vão manter-se inalterados em 2021, de acordo com a informação divulgada pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
Os preços das viagens no Alfa Pendular são uma excepção ao aumentarem 0,5 por cento.
Assim, por exemplo, uma viagem no Alfa Pendular, só de ida, entre Lisboa e Braga passará de 48,50 euros, em classe conforto, e de 34,20 euros, na turística, para 48,80 e 34,40 euros, respectivamente.
– Telecomunicações
A NOS não vai actualizar os preços em 2021, segundo adiantou à Lusa fonte oficial da operadora, enquanto a Vodafone afirmou que “à semelhança do que aconteceu o ano passado, não estão previstos aumentos generalizados de preços”.
A MEO adiantou que vai proceder a uma actualização do preço base de mensalidade com tarifários/pacotes, com efeitos a 01 de Janeiro de 2021, de acordo com o previsto contratualmente, sendo que os clientes abrangidos foram devida e atempadamente informados.
– Tabaco
O Orçamento do Estado para 2021 altera a fórmula de cálculo do Imposto sobre o Tabaco (IT), medida que, segundo os cálculos da consultora Deloitte, deverá reflectir-se num aumento do imposto em cerca de cinco cêntimos por maço de cigarros e que “previsivelmente, corresponderá a um aumento de 10 cêntimos no preço de venda ao público do mesmo maço”.
De resto a taxa deste imposto não é actualizada tal como sucede com as taxas dos restantes impostos sobre o consumo.
Jornal Campeão das Províncias