Águeda, Aveiro, 17 de Abril de 2025

FENPROF diz “não há condições necessárias para a abertura do novo ano lectivo”

2 de Setembro 2020

Mário Nogueira, líder da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), disse esta terça-feira (01), em Coimbra, que não estão reunidas as condições necessárias para a abertura do ano lectivo 2020/2021, sublinhando que nada substitui, apesar disso, o ensino presencial.

“Tudo deve ser feito para que não voltemos atrás. O ensino presencial é essencial, pois nada substitui o professor e a escola”, sublinhou o líder da FENPROF.

De entre todos os aspectos negativos elencados na conferência de imprensa que se realizou na Escola Básica do 1.º Ciclo Solum Sul, Mário Nogueira destacou os seguintes: a existência de grandes turmas, tendo em conta que em alguns sectores do ensino poderão estar em sala de aula até 30 alunos; a impossibilidade de cumprir o distanciamento social em grandes turmas; a insuficiência de pessoal não docente para a limpeza e higienização dos espaços e equipamentos; e a questão dos professores doentes de risco, para os quais ainda não existem medidas que os protejam.

Os alunos do 1.º ciclo (entre os 6 e os 10 anos) não vão precisar de usar máscara, mas esta medida preocupa o líder da FENPROF que deu o exemplo concreto de Espanha, onde as crianças a partir dos 6 anos têm obrigatoriamente de a usar.

“Apesar da maioria das crianças serem assintomáticas, nenhum estudo diz que são menos contagiosas”, reforça Mário Nogueira.

Para o líder dos professores os rastreios nacionais à covid-19 são fundamentais e deveriam estar contemplados no regresso às aulas, junto da comunidade escolar, sendo os testes altamente recomendados.

“Não se pode começar este ano lectivo como se o anterior não tivesse acontecido. As aprendizagens ficaram muito aquém e acentuaram-se as desigualdades”, disse Mário Nogueira, ciente das consequências que a pandemia trouxe ao nível do ensino e, nomeadamente, da educação à distância.

Mário Nogueira aproveitou a ocasião para dizer que o Ministério da Educação e o Governo “não fizeram o que tinham de fazer” e a “Direcção-Geral da Saúde (DGS) não os alertou”, prometendo continuar a insistir no sentido de que se tomem as medidas necessárias para a prevenção do risco de infecção pela covid-19 em contexto escolar.

O regresso às aulas está previsto entre 14 e 17 de Setembro e o líder da FENPROF alerta: “o que se passará nas escolas vai ter repercussões na sociedade”, pelo que as entidades competentes devem sair do estado de “inoperância” e “inépcia”.

“O Governo perdeu dois meses, Julho e Agosto, para poder melhorar” as medidas sanitárias, cumprindo as orientações da DGS, criticou Mário Nogueira.

A conferência de imprensa contou, ainda, com a presença de José Costa, presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL), Manuela Mendonça, secretária-geral da FENPROF e Anabela Sotaia, coordenadora do SPRC.

Jornal Campeão das Províncias


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