Águeda, Aveiro, 8 de Novembro de 2024

Instabilidade económica e social podem aumentam se líderes mundiais não agirem

19 de Maio 2020

A instabilidade económica e o descontentamento social podem aumentar nos próximos 18 meses a menos que os líderes mundiais, empresas e responsáveis políticos trabalhem em conjunto para gerir as consequências da pandemia, conclui um estudo do World Economic Forum.

De acordo com o estudo ‘COVID-19 Risks Outlook: A Preliminary Mapping and Its Implications’, hoje publicado, à medida que as economias reiniciam a sua atividade, há oportunidade para promover “uma maior igualdade social e sustentabilidade nesta recuperação, o que poderá desencadear uma nova era de prosperidade”.

O relatório, produzido em parceria pela Marsh & McLennan e o Zurich Insurance Group, analisa as perspetivas para os próximos 18 meses de cerca de 350 gestores de risco, classificando as suas principais preocupações, em termos de probabilidade e de impacto, para o mundo e para as empresas.

Segundo o documento, as consequências económicas imediatas da covid-19 dominam as perceções de risco das empresas e vão desde uma recessão prolongada ao enfraquecimento da situação fiscal das principais economias, passando por restrições mais rigorosas no movimento transfronteiriço de pessoas e bens, até ao colapso dos principais mercados emergentes.

Ao analisar as interconexões entre riscos, o relatório apela para que os líderes ajam no imediato contra uma avalanche de futuros choques sistémicos, como a crise climática, a turbulência geopolítica, o aumento da desigualdade, pressão na saúde mental das pessoas, lacunas no governance tecnológico e a contínua pressão nos sistemas de saúde.

A longo prazo, “estes riscos terão sérias e profundas implicações para as sociedades, para o ambiente e para o governance do avanço tecnológico”.

 Esta ideia reforça os alertas do Global Risks Report 2020, em que especialistas e decisores mundiais classificaram os riscos ambientais como os cinco principais riscos globais da próxima década, alertando também para as tensões já existentes nos sistemas de saúde.

A última atualização do Global Risks Report apresenta uma análise preliminar de riscos familiares, que podem ser amplificados pela crise provocada por esta pandemia e por novas que possam emergir.

 Dois terços dos inquiridos identificaram a “recessão global prolongada” como a grande preocupação para as empresas, enquanto metade identificou como preocupações cruciais a falência e consolidação da indústria, falha na recuperação das indústrias e interrupção nas cadeias de fornecimento.

Com a rápida digitalização da economia no centro da pandemia, os ataques cibernéticos e fraude de dados são as maiores ameaças, de acordo com metade dos inquiridos.

A quebra das infraestruturas e das redes de IT está também no topo das preocupações, assim como as disrupções geopolíticas e as apertadas restrições no movimento de bens e pessoas constam igualmente do topo da lista de preocupações.

Lusa


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