Catarina Almeida, professora do Departamento de Ciências Médicas e investigadora do Instituto de Biomedicina (iBiMED) da Universidade de Aveiro (UA), recebeu um prémio de 250 mil euros da Edith Busch Foundation e World Scleroderma Foundation (WSF) para desenvolver um projeto de investigação na área da esclerose sistémica, nos próximos três anos.
A esclerose sistémica, ou esclerodermia, é uma doença crónica rara, caraterizada por alterações vasculares e um aumento da rigidez da pele e órgãos internos. Trata-se de uma doença autoimune, ou seja, o sistema imunitário do paciente ataca o seu próprio corpo. “Com este projeto queremos perceber melhor de que modo é que as células imunes dos pacientes levam ao aumento de rigidez nos tecidos, associado à grande perda de qualidade de vida nos pacientes. Esperamos com este trabalho encontrar novos alvos terapêuticos, levando ao desenvolvimento de terapias que contribuam para melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, explica a investigadora.
O prémio foi atribuído pelas duas fundações no âmbito do “The Edith Busch & World Scleroderma Foundation Research Grant Programme 2022-2023”, um programa que atribui bolsas a equipas de investigadores que trabalham na área da esclerose sistémica, uma vez que ambas as fundações promotoras do concurso têm por objetivo promover investigação nesta área, contribuindo, assim, para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes com esta doença.
Assim, Catarina Almeida liderou uma equipa que apresentou o projeto “Regulators of fibrosis in Scleroderma: how the microenvironment affects the pDC – fibroblast crosstalk”.
A candidatura foi feita no início de 2023, tendo os vencedores sido anunciados num evento que celebrou o 30o aniversário da WSF, no dia 30 de maio, em Milão.
A equipa inclui também os investigadores da UA Philippe Pierre, Iola Duarte, João Mano, Catarina Custódio e Beatriz Ferreira, e ainda um investigador da Universidade de Coimbra e da Universidade de Lund (Suécia). O projeto conta também com a colaboração do Serviço de Reumatologia do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, em particular na pessoa da médica Carolina Mazeda e restante equipa deste serviço.
Catarina Almeida tirou a sua licenciatura em Biologia na UA e o doutoramento em Imunologia e Biologia Celular na Imperial College, Londres. Mais tarde passou a integrar o INEB – Instituto de Engenharia Biomédica da Universidade do Porto (2008 – 2015).
Durante a sua carreira tem estudado as interações intercelulares e a ação combinada entre a resposta inflamatória e a reparação/regeneração de tecidos. Atualmente a sua pesquisa foca-se em compreender como os mecanismos de homeostáticos intracelulares influenciam a resposta de células imunitárias inatas e como podemos modular a nossa imunidade natural para tratar diferentes patologias.
No âmbito do mesmo concurso houve ainda outro projeto vencedor, da Alemanha.