As notícias sobre a seca meteorológica que se abateu sobre o país continuam a multiplicar-se, à medida que a falta de água começa a impactar a agricultura e a pecuária nacionais. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê que a situação continue a piorar no mês de fevereiro e que este inverno continue a ser invulgarmente seco.
As previsões para os próximos três dias oferecem pouca esperança, com o instituto a prever apenas uma chuva fraca e dispersa no Minho.
Mas, afinal, de onde vem esta seca?
Vários especialistas apontaram as alterações climáticas como a principal causa para mais um fenómeno invulgar. A crise climática que o mundo enfrenta depois de décadas de irresponsabilidade humana estão a provocar fenómenos meteorológicos extremos cada vez mais frequentes, e Portugal não foge desta realidade.
A razão mais imediata para esta seca é, segundo o IPMA, uma “área anticiclónica estabelecida há várias semanas abaixo do paralelo 45N, na zona atlântica ou na Europa Ocidental e que vai oscilando de posição sem no entanto enfraquecer significativamente e sem se deslocar mais para sul, onde normalmente se situa nesta época do ano, o que permitiria a passagem de superfícies frontais com precipitação”.
Em fevereiro prevê-se mais do mesmo.
Prever a meteorologia além dos dez dias pode ser perigoso, mas o IPMA não está à espera de um mês de fevereiro muito favorável às atividades que já sofrem com a falta de água.
Diz o instituto que vai haver “uma anomalia negativa para a precipitação, isto é, que chova menos que o usual para este mês do ano”.
“Todos os seis modelos de previsão probabilística sazonal a que o IPMA tem acesso preveem cenários que variam entre anomalias negativas ligeiras a anomalias negativas moderadas para a precipitação”, conclui.
O cenário mais provável é o pior.
O IPMA explica ainda que o cenário mais provável, “de acordo com as indicações de previsão de precipitação, será o cenário mais gravoso”.
A situação a sul do país será ligeiramente pior que mais a norte. Pelos mapas apresentados, a norte do Tejo prevê-se “a classe de seca severa”; a sul do Tejo, o IPMA espera uma situação de seca extrema”, com o litoral alentejano e a região de Lisboa a enfrentar as piores condições.
Foto: © iStock
Notícias ao Minuto