Os polícias que atingiram a tiro uma jovem em São João da Madeira na quinta-feira deverão alegar que os disparos foram feitos de acordo com a lei.
A mulher que acabou por morrer e um ex-recluso que continua fugido às autoridades estariam a tentar furtar uma viatura quando foram abordados pela polícia.
A vítima de 23 anos, atingida por disparos durante uma operação policial, era namorada do principal suspeito de uma tentativa de assalto ocorrida início da madrugada de ontem, na Avenida do Vale em São João da Madeira.
As autoridades ainda estão a apurar se a mulher, que não tem cadastro, era cúmplice da atividade criminosa do companheiro, que a deixou à beira da morte à porta do hospital.
O casal foi surpreendido por três agentes que estavam a vigiar a zona, devido a uma recente vaga de assaltos. Os polícias estranharam os movimentos de um carro a circular com as luzes apagadas e, depois de ouvirem o ruido de vidros a estilhaçar, decidiram agir.
Depararam-se com um carro a iniciar uma fuga. Um dos agentes dá um tiro de advertência para o ar. O condutor reage fazendo marcha atrás na direção de um outro polícia que responde com tiros contra o veículo. Terá sido neste momento que a mulher é atingida.
Apesar dos disparos, o condutor consegue escapar. Pouco tempo depois deixa a namorada prostrada à entrada das urgências, onde viria a morrer.
O suspeito é um ex-recluso libertado devido à covid-19.
Entretanto, as autoridades já recuperaram o veículo usado pelo casal, que tinha sido furtado no Porto, no domingo. É uma peça importante para as perícias da investigação da Polícia Judiciária e da Inspeção Geral da Administração do Território. No inquérito, os agentes deverão alegar legitima defesa para justificar o uso das armas de fogo.
SIC Notícias