A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Isabel Damasceno, defende a necessidade de se investir nos portos da região Centro, tornando-os mais modernos, competitivos e capazes de responder às necessidades de mercado.
“Internacionalmente, é importante ter em consideração que a logística é um dos principais motivos pelo qual Portugal perde investimentos para outras regiões. Os custos de transporte são muito elevados para colocar produtos a preços competitivos na Europa e é necessário investir nos portos da região Centro, realizando investimentos regionais”, sustentou.
Na sessão de abertura do seminário “Portos de Aveiro e da Figueira da Foz – alavancas da economia regional”, que decorre durante a tarde de quarta-feira no Grande Hotel de Luso, no concelho da Mealhada, Isabel Damasceno aludiu a grandes desafios que a região Centro enfrenta.
Entres eles, figura o declínio demográfico, que não é específico da região Centro, mas de todo o país e da Europa, para além do défice crónico de qualificações e, ainda, a carência em termos de infraestruturas e serviços avançados de suporte à internacionalização e competitividade.
“Este último desafio está directamente relacionado com o tema deste seminário. Efectivamente, o reforço das condições de internacionalização da região Centro e a maior repercussão do seu potencial de inovação, em termos de produção e exportação de bens e serviços transaccionáveis, são indissociáveis de alcançar uma significativa melhoria do posicionamento da região, do ponto de vista das infraestruturas para a internacionalização”, apontou.
Ao longo da sua intervenção a presidente da CCDRC apelou para que não se ignore a necessidade de serem feitos investimentos do ponto de vista infraestrutural, também em termos portuários, para superar “os défices de mobilidade” com que se debate a região.
São exemplo disso a consolidação das plataformas logísticas em torno dos portos de Aveiro e da Figueira da Foz e a consolidação dos portos da Nazaré e de Peniche, enquanto interfaces mar/economia.
“Sendo infraestruturas naturais da região, melhor poderão dar resposta às necessidades de maior eficiência e sustentabilidade requeridas pelas cadeias logísticas das empresas nelas fixadas, incluindo o seu papel como alavancas para atracção de novos investimentos e reindustrialização”, sustentou.
A abertura do seminário contou também com a presença do ministro das Infraestruturas, João Galamba, que partilhou algumas das prioridades previstas para os portos portugueses. Depois de frisar que o interior do país tem “um papel logístico fundamental na relação com os portos”, mesmo estando longe do mar, indicou que “a descentralização da operação portuária e a sua interligação com a rodovia e a ferrovia”, a par da importância que os portos secos podem ter, são uma realidade que pretendem potenciar.
A ocasião serviu ainda para a Câmara Municipal da Mealhada assinar um protocolo de colaboração com as administrações dos portos de Aveiro e da Figueira da Foz, para a realização de um estudo que visa a definição do modelo de gestão da Plataforma Logística na Pampilhosa.
O Município da Mealhada e os Portos de Aveiro e da Figueira da Foz defendem a implementação da Plataforma logística rodoferroviária da Pampilhosa.
Fonte: Campeão das Províncias