Águeda, Aveiro, 27 de Abril de 2025

UA desenvolve projeto para detecção de possíveis doentes com Covid-19

21 de Setembro 2020

Um dos sintomas mais surpreendentes e desafiadores para a ciência da infeção pelo novo coronavírus vai ser usado num dispositivo em desenvolvimento na Universidade de Aveiro (UA), no âmbito de um projeto em copromoção com empresas: RI-TE – Radiation Imaging Technologies e Exatronic. Este projeto, TO 2 , que envolve ainda outros parceiros, como o Centro Hospital do Baixo Vouga, mereceu parecer positivo do INFARMED e financiamento da Agência Nacional de Inovação (ANI).

O projeto “TO 2 – Postos de medição sem contacto de saturação de oxigénio e temperatura” visa desenvolver e integrar sensores em postos portáteis para medição sem contacto de dois parâmetros fisiológicos indicadores da Covid-19, em locais de acesso onde é maior a probabilidade de aglomeração de pessoas. Particularmente, locais onde é mais difícil assegurar o cumprimento rigoroso das recomendações sanitárias ou de distanciamento social, como transportes públicos, aeroportos, escolas, empresas, centros comerciais, conferências, eventos, espetáculos, e mesmo hospitais (triagens), entre outros.

Desta forma, será possível identificar precocemente potenciais infetados com Covid-19 e atuar mais cedo, diminuindo o risco de transmissão comunitária do novo coronavírus e melhorando a eficácia dos tratamentos. Além disso, a medição sem contacto, aliada ao cumprimento das normas sanitárias das entidades competentes, previne possíveis contágios indiretos através do próprio dispositivo.

Os dois parâmetros a serem medidos pelo novo dispositivo são o nível de saturação de oxigénio (SpO 2 ) diminuído e a temperatura corporal elevada. Os pacientes infetados com o novo vírus registam níveis extraordinariamente baixos de oxigénio no sangue (SpO 2 ), mesmo sem revelarem dificuldade respiratória, condição que tem vindo a ser chamada de “hipóxia silenciosa” ou “feliz”

De entre os muitos factos surpreendentes do novo coronavírus, este parece desafiar os princípios da biologia básica e da medicina. Na maioria das doenças pulmonares, como a pneumonia, a baixa SpO 2 ​acompanha outras alterações estruturais dos pulmões, ou níveis crescentes de CO 2 uma vez que os pulmões não conseguem expulsá-lo com eficiência. São esses fatores que originam a falta de ar no paciente.

Em contrapartida, uma SpO 2 considerada normal é de 95-100%.

Da apreciação efetuada, e de acordo com o parecer emitido pelo INFARMED, o projeto TO 2 , copromovido pela empresa RI-TE – Radiation Imaging Technologies, a empresa Exatronic e a UA, reuniu aprovação tendo obtido uma pontuação final de 5,00 valores numa escala de 5,00. O financiamento da ANI corresponde a 476 mil euros.

O projeto, com duração de 10 meses, tem ainda como parceiros o Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E. (CHBV), o Instituto de Instrumentación para Imagen Molecular/Universitat Politècnica de València e a empresa Insulcloud, SI, empresa de base tecnológica pioneira do desenvolvimento de dispositivos de última geração para o controlo e monotorização de doenças crónicas.

A equipa de investigadores da UA,é coordenada por João Veloso, professor do Departamento de Física e investigador do Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação (I3N) e diretor do Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica. A equipa agrega competências multidisciplinares, sendo constituída por investigadores dos departamentos de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) – Armando Pinho, Susana Brás, João Rodrigues-Comunicação e Arte (DeCA)-Ana Isabel Veloso,para além do Departamento de Física (DFis)-Ana
Luísa Silva,Pedro Correia e o coordenador da equipa.


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