Águeda, Aveiro, 16 de Janeiro de 2025

Leiria: Investigadores querem optimizar processo de obtenção de mel em pó

21 de Janeiro 2019

O projecto de investigadores do Instituto Politécnico de Leiria, que visa optimizar o processo de obtenção de mel em pó, foi um dos contemplados com Bolsas de Ignição financiada pelo INOV C 2020.

Optimizar o processo de obtenção de mel em pó, assegurando a estabilidade, qualidade e segurança do mesmo é o objectivo da investigação realizada por uma equipa de investigadores do Instituto Politécnico de Leiria, anunciou hoje em comunicado o consórcio INOV C 2020, liderado pela Universidade de Coimbra.

“O mel é tradicionalmente comercializado em Portugal, no seu estado líquido ou sólido. No entanto, a crescente procura por parte das empresas do aumento de valor acrescentado dos produtos alimentares, leva à necessidade de desenvolver novas formas de comercialização do mel. A produção de mel em pó já é uma realidade fora de Portugal”, explica a investigadora do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do Instituto Politécnico de Leiria, Maria Manuel Gil, citada na nota de imprensa.

No entanto, “para a obtenção de mel em pó, são vulgarmente utilizados agentes encapsulantes à base de amido, levando a que o produto final não apresente as benéficas características nutricionais do mel puro”, acrescenta a responsável, referindo que a “nova solução em estudo aposta na substituição dos agentes encapsulantes utilizados, por soluções com baixo valor energético, sem sabor distinguível e baixo teor de sódio”.

Para os investigadores, a “produção de mel em pó constitui uma oportunidade para obtenção de novos produtos de valor acrescentado, com grande impacto na economia e imagem do sector”.

Além disso, esta nova oferta “favorece o consumidor, na medida em que permite explorar outras aplicações na sua alimentação, como substituto de açúcar no café, chá ou até mesmo para utilização no sector da panificação e pastelaria”.

O Politécnico de Leiria conquistou outra bolsa de ignição num projecto que visa uma solução à base de algas para aumentar a durabilidade de maçãs processadas.

“A aplicação de revestimentos de conservação comestíveis, desenvolvidos a partir de compostos de origem natural, sustentáveis e eficazes, constituem uma enorme vantagem competitiva para produtores de produtos hortofrutícolas que, desta forma, conseguem manter inalteradas as características dos produtos, minimamente processados, como é exemplo a maçã que, quando cortada, oxida rapidamente”, refere a nota de imprensa.

Susana Silva, uma das investigadoras do Politécnico de Leiria, explica, citada no comunicado, que a “evolução da análise de risco alimentar tem resultado em limitações adicionais na utilização de aditivos alimentares, tornando a utilização de ingredientes de origem natural, como aditivos, e a formulação de revestimentos comestíveis, uma opção cada vez mais procurada entre produtores e investigadores”.

“As propriedades funcionais e disponibilidade das macroalgas na costa portuguesa fazem destes organismos uma fonte ideal de ingredientes para revestimentos comestíveis de origem marinha”, reforça a investigadora.

Segundo destacou Maria Jorge Campos, uma das investigadoras ligadas ao projecto, “com a aplicação desta nova solução, o tempo de vida útil do produto seco e embalado terá de ser superior a seis meses e, aquando a abertura da embalagem, esta não poderá perder as características de protecção do produto”.

“Com o extracto hidro-etanólico da macroalga Codium tomentosum, o qual possui capacidade de manutenção da cor em maçã Fuji, minimamente processada, será possível aumentar a sua durabilidade através da capacidade de inibição da actividade das enzimas polifenoloxidase e peroxidase, envolvidas no processo de escurecimento oxidativo”, sintetizou.

A funcionalidade deste extracto foi validada à escala piloto, através da optimização da sua produção e determinação do tempo de prateleira de maçã Fuji minimamente processada revestida com o extracto em ambiente industrial.

Do consórcio INOV C 2020, liderado pela Universidade de Coimbra, fazem parte dez parceiros: o Instituto Politécnico de Coimbra, o Instituto Politécnico de Leiria, o Instituto Politécnico de Tomar, o Instituto Pedro Nunes, o ITeCons, o SerQ, a ABAP, a Obitec e o TagusValley.

O INOV C 2020 é um projecto co-financiado pelo Centro 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), que tem como objectivo consolidar a Região Centro enquanto referência nacional na criação de produtos e serviços resultantes de actividades de Investigação & Desenvolvimento.

LUSA


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