Águeda, Aveiro, 16 de Outubro de 2024

Livro de poemas inéditos de António Arnaut apresentado em Coimbra

24 de Janeiro 2019

Um livro de poemas inéditos de António Arnaut vai ser apresentado em Coimbra, na segunda-feira, dia em que o fundador do Serviço Nacional de Saúde (SNS) faria 83 anos.

“Esta é uma forma de continuar a homenagear o meu pai”, disse hoje à agência Lusa o advogado António Manuel Arnaut, filho de António Duarte Arnaut, que nasceu na Cumieira, concelho de Penela, em 28 de Janeiro de 1936, e morreu em Coimbra, em 21 de maio de 2018.

António Manuel Arnaut realçou que a família, com a publicação póstuma da obra “Poemas de Outono e Inverno – Poemas da Finitude”, quer “cumprir o desejo” do principal impulsionador do SNS, que esteve na criação do PS, em 1973, e que na sequência da revolução do 25 de Abril de 1974 integrou a Assembleia Constituinte e o segundo governo de Mário Soares.

O filho de António Arnaut contou que os quase 50 poemas reproduzidos no livro de 130 páginas, editado pela Minerva Coimbra, “foram escritos já ele estava doente” e alguns foram mesmo concebidos durante os internamentos no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

“António Arnaut afirmou várias vezes que o SNS foi o seu melhor poema, mas a sua vida foi pautada por muitos e grandiosos poemas”, salienta a editora, Isabel Carvalho Garcia.

Numa nota ao livro, intitulada “António Arnaut – a grandiosidade de uma vida em forma de poesia”, Isabel Garcia considera que o antigo deputado e ministro dos Assuntos Sociais afirmou-se na sociedade portuguesa como “expoente máximo da ética” e ao serviço “de todas as grandes causas da Humanidade”.

Advogado, político e escritor, exerceu também o cargo de grão-mestre do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa, no início do século.

Escreveu mais de 40 livros, entre poesia e prosa, incluindo nas áreas cívica, jurídica e maçónica.

Em Outubro de 2017, ainda em vida, publicou “Um homem que partiu do seu regresso e outros poemas”, dez anos após a edição do seu único romance, “Rio de Sombras”, em que preponderam episódios ficcionados de carácter histórico-político que o autor situa num período de 20 anos, de 1968 a 1988.

“Poemas de Outono e Inverno”, escritos entre 21 de Dezembro de 2017 e 16 de maio de 2018, “são agora publicados nesta editora por vontade expressa do autor”, informa Isabel Garcia.

Há um ano, o lançamento do livro “Salvar o SNS – Uma nova Lei de Bases da Saúde para defender a democracia”, redigido em coautoria com o médico e antigo coordenador do BE João Semedo, foi o seu derradeiro contributo para preservar o SNS.

Entretanto, cidadãos de diferentes quadrantes políticos acabam de criar em Coimbra o Observatório de Saúde António Arnaut, coordenado por Américo Figueiredo, professor catedrático e médico do CHUC, para defender a modernização e a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde.

A apresentação de “Poemas de Outono e Inverno”, a cargo de Delfim Ferreira Leão, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), realiza-se na segunda-feira, às 18h30, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra.

LUSA


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